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Artigo: A medonha 'máquina' chamada Eleitor
(atualizado às 03:50 - 17/10/2010)

Estamos passando por um momento no Brasil chamado de "Processo Eleitoral". Gostaria de manifestar a minha indignação com os fatos e acontecimentos da presente Eleição.

Todos podem acompanhar, ou seja, podem ver explicitamente a 'baixaria' que estão essas Eleições. Objetivo da mesma: Alcançar a qualquer custo o voto da poderosa e medonha 'máquina' chamada Eleitor.

O que vemos, é uma espécie de Vale-Tudo, na qual os participantes trocam 'socos e pontapés' da maneira que acharem melhor. Francamente, não vejo diferença entre eles (Vale-Tudo e Campanha Eleitoral). E mais. Anexaram esse ano uma nova "modalidade, Religião" ao leque de ataques. Ou seja, podem usar-se da mesma como bem entenderem na disputa. E é aqui que é lançada a pergunta: "Política e religião não são coisas distintas?". Pois é, deveriam ser. Na verdade, até eram até algum pouco de tempo atrás. Na minha visão, política e Religião são coisas que devem, obrigatoriamente - pelo bem de todos nós -, andar paralelamente.

Soube através de jornais que líderes religiosos têm se envolvido nessas eleições "de corpo e alma", literalmente. Têm saído em defesa dos presidenciáveis como se estivessem atrás de algum cão que fugiu rua afora. E o tema principal, que ninguém poderia imaginar que viesse causar interferência nas Eleições, foi o Aborto.
Soube também que hoje (16/10), foram encontrados em uma gráfica do Cambuci, São Paulo, dados de um suposto pedido - com quantidade superior a 2 milhões - de folhetos (os famosos 'santinhos') contra "a" presidenciável. Tema: Aborto. E encomendados por quem? Supostamente pelo bispo da Diocese de Guarulhos. A Igreja nega quaisquer responsabilidades no caso.

Neste mesmo dia de hoje, "o" presidenciável foi vaiado e causou o maior alvoroço numa Igreja no Ceará. Conclusão: estão fazendo da Igreja, uma ferramenta para influenciar o voto do eleitor. Isso fere, não somente a Democracia, como também a imagem da Igreja, que está sendo deturpada, ou seja, o que foi idealizado para "cuidar da vida espiritual do homem", está sendo usado para beneficiar certos homens que almejam o Poder, e estão dispostos a lutar pelo mesmo à todas as custas - mais do que nunca.

"Onde vamos parar?". É a pergunta que eu faço a você eleitor. Fica claro que, o tema Aborto é ainda considerado por todos, sensível e difícil de ser tratado, como tudo o que está ligado à Religião. Deve ficar claro também que, em uma campanha presidencial, é necessário tratar-se de assuntos ligados ao que cabe ao Governo, ou seja, melhorias para o povo. O que cabe à Religião, cabe à Religião. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Acredito que, nessa altura do campeonato, não se pode 'cutucar feridas' que ainda não estão cicatrizadas.

Nós, brasileiros, eleitores ou não, temos o dever de não deixar que essas coisas se envolvam no nosso poder de escolha, e muito menos, deixar que, a Igreja, se envolva em tais assuntos. "Mas... onde está o povo?". Hoje também, lí que na França, jovens manifestantes se opuseram, até mesmo com violência, à mudança da idade mínima para se aposentar de 60 para 62 anos. Isso me faz recordar de épocas passadas, quando - no Brasil -  dentre vários movimentos, destacou-se o "Diretas-Já", que defendia a abertura política e o retorno do Voto Direto. A geração atual, têm se acomodado muito. O país é, à 25 anos, democrático novamente e não é necessário lutar por mais nada. A mesma se esquece que, nos próximos quatro anos, seu futuro estará nas mãos "dele" ou "dela". "O que virá pela frente?". O eleitor que sabe, o eleitor é quem decide.

NOTA: Reforço que, não tenho nenhum vínculo com a Política. Sou um mero admirador dela e nem sei se deveria ou poderia estar falando dela. Lembro que, não busco atingir A Igreja Católica tampouco outros movimentos religiosos. Minha indignação é somente com o povo, que, infelizmente têm aprovado tamanha baixaria nessas Eleições.